ATA DA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-02-2005.
Aos três dias do mês de fevereiro de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão
Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e
cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti e Maurício Dziedricki, Titulares. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os Vereadores Haroldo de Souza, Manuela, Mauro Zacher e Mônica
Leal, Não-Titulares. A seguir, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Segunda,
Terceira, Quarta, Quinta e Sexta Reuniões Ordinárias, que deixaram de ser
votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Ervino Besson, os Pedidos de Providências nos
102, 107, 111 e 120/05 (Processos nos 0755, 0772, 0784 e 0867/05,
respectivamente), o Pedido de Informações nº 031/05 (Processo nº 0834/05); pelo
Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providências nº 106/05 (Processo nº
771/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 110/05
(Processo nº 0783/05); pela Vereadora Manuela, os Pedidos de Informações nos
024, 025, 026, 027 e 028/05 (Processos nos 0743, 0744, 0745, 0757 e
0758/05, respectivamente); pelo Vereador Mauro Zacher, os Pedidos de
Providências nos 092, 112, 115, 116, 117 e 119/05 (Processos nos
0677, 0785, 0849, 0850, 0851 e 0865/05, respectivamente). Ainda, foi apregoado
Ofício de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, Vice-Líder da Bancada do
PMDB, comunicando que nesta Reunião o Vereador Sebastião Melo, Titular, será
substituído pelo Vereador Haroldo de Souza, nos termos do artigo 83, parágrafo
único, do Regimento. Também, foi apregoado o Memorando nº 038/05, de autoria da
Vereadora Manuela, Líder da Bancada do PCdoB, comunicando que, no período de hoje
a quatorze de fevereiro do corrente, Sua Excelência substituirá o Vereador Raul
Carrion, Titular, nos termos do artigo 83, § único, do Regimento. Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 193/04, do Senhor Marcos Chagas Gomes,
Coordenador-Geral do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome; 10821, 12907, 18651, 18662, 18673, 19586, 19587,
19588, 19589, 19590, 19591, 19592, 107500, 107703, 107968, 111144, 112302,
112427 e 132797, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicados
nos 004369, 232244 e 232245, do Senhor José Henrique Paim Fernandes,
Presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson comentou o transcurso, ontem, da 130ª
Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, destacando a importância desse evento
para a população porto-alegrense. Em relação ao assunto, elogiou a organização
da 130ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes e agradeceu o apoio da Brigada
Militar e da Empresa Pública de Transporte e Circulação, elogiando a cobertura
jornalística realizada pela TVCâmara durante o traslado da imagem de Nossa
Senhora dos Navegantes. O Vereador João Carlos Nedel parabenizou a Mitra da
Arquidiocese de Porto Alegre e a Irmandade Nossa Senhora dos Navegantes pela
130ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes realizada ontem, alegando que esse
evento deveria ser mais valorizado como atrativo turístico de Porto Alegre.
Ainda, refutou declarações do Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, durante o Fórum
Social Mundial, criticando as relações desse país com a Colômbia e questionando
os motivos do fortalecimento das forças armadas venezuelanas. A Vereadora
Maristela Maffei lamentou que o Fórum Social Mundial não será mais realizado em
Porto Alegre, considerando que a mudança de Partido Político na administração
da Cidade foi um dos fatores dessa decisão. Ainda, recordou manifestação contra
o muro construído por Israel na Cisjordânia e, finalizando, rechaçou a crítica
do Vereador João Carlos Nedel ao Presidente Hugo Chávez, alegando que a
Venezuela está defendendo sua soberania nacional ao aumentar o seu poderio
militar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson desaprovou o
pronunciamento da Vereadora Maristela Maffei em relação à saída do Fórum Social
Mundial de Porto Alegre, realçando os esforços dos Governos Municipal e
Estadual para a realização desse evento. Nesse sentido, referiu-se ao discurso
do Presidente da República, Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, durante o Fórum
Social Mundial, afirmando que foram pessoas ligadas ao Partido dos
Trabalhadores que vaiaram seu discurso. A Vereadora Manuela exaltou os debates
políticos ocorridos nesta edição do Fórum Social Mundial, observando a
variedade dos assuntos discutidos durante o evento e frisando as participações
dos Presidentes do Brasil e da Venezuela no Fórum. Sobre o tema, enalteceu o
conteúdo do discurso do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, refutando críticas
feitas ao esquema de segurança empregado na sua passagem por Porto Alegre, e
defendeu o trabalho realizado pelo Senhor Hugo Chávez na Venezuela. O Vereador
João Antonio Dib manifestou-se contrariamente à possibilidade de um Suplente
tomar posse durante o período de recesso deste Legislativo, mencionando Ação Popular
movida por Sua Excelência, a qual questiona medida semelhante tomada no ano de
mil novecentos e noventa e sete. Ainda, leu parecer sobre o assunto emitido
pela Procuradoria Geral do Município de Porto Alegre e alegou que o Suplente
Márcio Bins Ely deveria ser empossado somente após o recesso parlamentar. A Vereadora
Maristela Maffei criticou a atuação do Senhor José Fogaça como Prefeito de
Porto Alegre, ressaltando a saída, da Cidade, de eventos relativos ao Fórum
Social Mundial e a possibilidade de alteração de normas do Programa de
Orçamento Participativo. Nesse sentido, denunciou estarem ocorrendo
perseguições políticas a integrantes do Partido dos Trabalhadores e frisou a
importância de uma constante fiscalização, por todos os porto-alegrenses, da
atual gestão municipal. O Vereador Haroldo de Souza saudou o Vereador Elói Guimarães
pela posse como Presidente deste Legislativo e comentou a realização do V Fórum
Social Mundial, Nesse contexto, declarou que o saldo econômico do evento foi
positivo, porém, questionou a validade dos debates ali realizados e propugnou
por maior diversidade ideológica no tratamento das questões ali abordadas.
Finalizando, contestou a criação, na Cidade, da Secretaria Municipal da
Juventude. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Maurício Dziedricki cumprimentou o
Vereador Elói Guimarães e o Deputado Iradir Pietroski, por suas posses, respectivamente,
como Presidentes desta Câmara e da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul. Sobre o assunto, salientou importância do Partido Trabalhista
Brasileiro na política nacional, mencionando texto do discurso de posse do
Deputado Iradir Pietroski, no qual a transparência é vista como elemento
fundamental na gestão de uma Casa Legislativa. A Vereadora Manuela analisou
encontro mantido, em Brasília, entre o Prefeito de Porto Alegre e o Secretário de
Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, assinalando que essa
reunião representa o compromisso do Governo Federal em prol de uma relação
positiva com a atual administração do Município. Ainda, informou ter
participado, no dia primeiro de fevereiro do corrente, da posse do Secretário Nacional
da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude. O Vereador Haroldo de Souza
avaliou a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Governo
Federal, ressaltando questões atinentes à vinculação do País com o Fundo
Monetário Internacional. Também, saudou o Senhor Iradir Pietroski por sua posse
como Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, e
discorreu sobre o Programa de Orçamento Participativo vigente em Porto Alegre,
aludindo à possibilidade de alteração desse programa pelo Prefeito José Fogaça.
Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor
Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Mauro Zacher, que relatou a
participação de Sua Excelência, no dia primeiro de fevereiro do corrente, em
Brasília, nas solenidades de posse do Secretário Nacional da Juventude e do
Conselho Nacional da Juventude e de lançamento do “Projeto Programa Nacional de
Inclusão de Jovens” – PRO-JOVEM. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib
contestou números apresentados pelo Vereador Carlos Todeschini durante a Sexta
Reunião Ordinária, referentes a investimentos em saneamento básico efetuados
pelo Partido dos Trabalhadores durante o período em que esse Partido esteve à
frente do Governo Municipal. Igualmente, questionou a destinação de verbas
federais oriundas do Sistema Único de Saúde e aplicações de recursos do
Departamento Municipal de Água e Esgotos. A Vereadora Mônica Leal reportou-se
ao pronunciamento de hoje do Vereador Haroldo de Souza, acerca da Secretaria
Municipal da Juventude, registrando sua posição favorável à criação desse
Órgão. Também, abordou o Programa de Orçamento Participativo do Município e
elogiou declarações do Prefeito José Fogaça, quanto à necessidade de
priorização do Centro de Porto Alegre, na busca da recuperação desse Bairro
como espaço de convívio organizado e seguro para uso da população. Às onze
horas e vinte e seis minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso
na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária da próxima
quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador
Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário
“ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e também através da TVCâmara, eu
gostaria de saudar a todos. Ontem a cidade Porto Alegre e o Estado do Rio
Grande do Sul tiveram a oportunidade de acompanhar pela imprensa escrita,
falada e televisionada mais uma procissão, a 130ª edição da Festa da Nossa
Senhora dos Navegantes. Eu estava lá juntamente com o Presidente desta Casa, o
Governador do Estado, o Prefeito Municipal e diversos Vereadores. Durante o
trajeto, Ver. João Carlos Nedel, deu para sentir a fé do povo.
Eu disse numa entrevista, no domingo retrasado, por
ocasião do translado da Santa até a Igreja do Rosário, que a Nossa Senhora dos
Navegantes tinha feito muitos milagres. E faria mais um: mandaria chuva, porque
o nosso Rio Grande está enfrentando uma seca. O milagre da nossa querida Nossa
Senhora dos Navegantes foi a chuva que ocorreu durante o trajeto da procissão.
Isto aqui comprova. (Mostra jornal.) As capas dos jornais destacaram, de forma
muito clara, o que representou a procissão, com um mar de guarda-chuvas: a fé
do povo.
Eu quero destacar também a organização da
Provedoria, através dos Provedores Sr. Aldo Besson e esposa, Sr. Musselin e
esposa, o Sr. Juarez, da Coordenação, e toda a equipe, juntamente com os juízes
festeiros e as pessoas que se envolveram na Festa. Sem dúvida nenhuma, a Festa
da Nossa Senhora dos Navegantes é um dos maiores eventos religiosos do Rio
Grande do Sul.
Sr. Presidente, V. Exª também acompanhou o
translado da Santa até a Igreja do Rosário e, depois, a sua volta - o nosso
querido Presidente está confirmando que há vinte anos acompanha a procissão; eu
acompanho há mais de vinte anos. Destaco o trabalho da equipe que organizou a
procissão e, de uma forma muito especial, muito carinhosa, até no sentido de
agradecimento e reconhecimento, o trabalho da nossa Brigada Militar e também da
EPTC. Um evento como esse, de tamanha envergadura, normalmente gera situações
problemáticas. Hoje pela manhã, falando com o Provedor Aldo Besson, ele me
disse que não ocorreu sequer um incidente, e isso tem que ser registrado e
reconhecido pela organização, pela competência da nossa gloriosa e querida Brigada
Militar, juntamente com a EPTC. E me dizia o Aldo que durante a tarde a fila
das pessoas que queriam pagar suas promessas e tocar na Santa era enorme; isso
demonstra, sem dúvida nenhuma, a fé que o nosso povo tem na verdadeira mãe, que
é Nossa Senhora dos Navegantes. Também houve uma missa rezada pelo Dom Antonio
na Igreja do Rosário e uma Missa Campal realizada pelo nosso querido Dom Dadeus
Grings e por diversos Padres, Pe. Romeu, Pe. Remi, juntamente com os seus
familiares, que estavam acompanhando a 130ª Festa de Nossa Senhora dos
Navegantes.
Quero parabenizar o Presidente desta Casa, Ver.
Elói Guimarães, pela presença da TVCâmara no evento, mostrando para a nossa
Cidade, para os nossos porto-alegrenses, o belíssimo trabalho que desenvolve,
tendo acompanhado o traslado da Santa desde a Igreja de Nossa Senhora dos
Navegantes até a Igreja do Rosário e, ontem, o retorno ao lugar onde permanece
até a nosso próximo evento, que será a 131ª Festa da Nossa Senhora dos
Navegantes.
Portanto, fica aqui o nosso reconhecimento, o nosso
agradecimento para toda essa equipe. Um agradecimento muito especial, muito
carinhoso à nossa Santa, que mandou a chuva para amenizar o sofrimento que
assolava o nosso Rio Grande. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu também
gostaria de parabenizar a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre, a Irmandade
Nossa Senhora dos Navegantes pelo grande evento religioso que ontem aconteceu
em nossa Cidade. Essa é, realmente, a maior demonstração de fé, a maior festa
religiosa, pelo que eu entendo, do Rio Grande do Sul. E isso a gente tem de
incentivar. Nós podemos atrair a atenção, atrair turisticamente pessoas para
essa grande festa religiosa, incentivando especialmente o turismo religioso,
pois nós temos grandes tesouros nessa área religiosa.
Por falar em turismo, também na semana passada, eu
me reuni com a nova Secretária do Escritório de Turismo de Porto Alegre -
EPATUR -, a nova responsável é Ângela Baldino, que, juntamente com o grande
companheiro e amigo Ronald Gusmão, está desenvolvendo o turismo na nossa
Capital. Foi uma reunião de trabalho, junto com o trading do turismo, visando ao fortalecimento dessa área, visando
ao desenvolvimento de Porto Alegre, pois acredito que o turismo é uma grande
fonte para o nosso desenvolvimento.
Na mesma linha do turismo, nesta semana também se
encerrou o Fórum Social Mundial, um grande evento que atraiu milhares de
pessoas para a nossa Porto Alegre. Mas eu não poderia deixar de ressaltar o que
falou aqui para nós, no Rio Grande do Sul, o Presidente da Venezuela, Hugo
Chávez. Pregando a revolução aqui em nosso País, um País de liberdade, ele
incentivou e foi aplaudido quando disse (Lê.): “A cada dia me convenço mais de
que o único caminho para romper o domínio das elites sobre esta terra é a
revolução”. E a gente tem acompanhado pela imprensa o que o Presidente tem
feito lá na Venezuela: acolheu os líderes terroristas da FARC, da Colômbia,
criando um incidente forte entre Venezuela e Colômbia. Eu vejo, conforme
noticia a imprensa, que ele está utilizando o dinheiro dos petrodólares que
entra em seu País para fortalecer a capacidade ofensiva de seu exército. Está
prevista a compra de cinqüenta aviões MIG-29, da Rússia, e uma quantidade
importante de tanques, helicópteros e material blindado. O que será que está
pensando Hugo Chávez? Ele está representando um perigo para a América Latina.
Já passou essa época de revolução, de guerras, de conflitos. Nós queremos paz!
Nós queremos desenvolvimento! Nós queremos o bem-estar social! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nos últimos dias, a nossa Cidade esteve muito movimentada. Ontem
tivemos a Festa de Navegantes e, anteriormente, o Fórum Social Mundial, que,
aliás, já nos deixa saudades. Nós já avisávamos que, com a entrada de outra
ideologia no Paço Municipal - foi votado, democraticamente -, haveria 99,9% de
chance de o Fórum Social Mundial não ficar em Porto Alegre, porque as suas
organizações, com o matiz ideológico socialista, de esquerda, não se alinham
com esse novo posicionamento ideológico, muito mais próximo ao Fórum de Davos
do que ao Fórum Social Mundial. Isso é da vida da democracia. O Prefeito fez
uma manifestação muito preocupado com a questão de um desgaste eleitoral, com a
questão econômica, o que também é relevante, mas, para nós, o Fórum foi um
avanço que colocou na história do mundo inteiro um olhar além do futebol, um
olhar além do carnaval, ou seja, um olhar para a vida cultural e econômica, com
um olhar de inclusão de todos os cidadãos e cidadãs não apenas de Porto Alegre,
mas como um contraponto ao neoliberalismo e aos seus apoiadores locais que,
certamente, não teriam liderança para mantê-lo.
Mas o Fórum Social Mundial vai continuar, ele veio
para ficar; ano que vem, vai-se pulverizar no mundo. No ano que vem, uma das
principais oficinas ficará na Venezuela, em homenagem à resistência e pela
autonomia dos povos. Nós sabemos que, além do Irã, a Venezuela também,
provavelmente, vai sofrer - como tem sofrido - uma tentativa de intervenção.
Aliás, Verª Manuela, fiquei muito preocupada, pois, quando o ditador Bush disse
que ia acabar com todos os nefastos, eu achei que ele ia cometer suicídio
naquela hora, porque não existe sanguinário maior que ele no mundo inteiro, que
é o grande organizador da indústria bélica internacional. E nós queremos dizer
que vamos continuar lutando pela soberania dos povos.
Houve um ato fundamental durante o Fórum Social
Mundial, um ato simbólico na queda do “muro do Sharon”, que é outro seguidor
das fileiras de ditadores mundiais, o Sharon, em Israel, que constrói... Nem
nós, que somos de esquerda, éramos favoráveis quando isso acontecia na União
Soviética, muito mais com Governos de direita, como é o de Sharon, e não
ficaríamos calados nesse sentido. Estivemos juntos na manifestação do povo
muçulmano, dos iraquianos, de todo o povo da Palestina que se encontrava no
Fórum Social Mundial e, com muito orgulho, cerramos fileiras para ajudar a
derrubar o muro simbolicamente. Na prática, nós continuaremos com essa luta
pela autonomia dos povos, pela soberania das nações.
E quero dizer ao Ver. João Carlos Nedel que é muito
fácil pinçar, de um discurso de quase duas horas, uma frase; nós sabemos
exatamente como acontece a postura dos ditadores, a exemplo da ditadura militar
neste País e em toda a América Latina. E o Ver. João Carlos Nedel deveria ter
mais consciência e responsabilidade política de compreender que o que Hugo
Chávez hoje representa significa a luta pela democracia, a luta pela paz.
Agora, não vai ser com um discurso fácil aqui, nesta tribuna, que se vai ferir
a autonomia de um povo. O que está fazendo o Chávez e o que fez Fidel Castro
foi no sentido de não sofrer a invasão dos norte-americanos chefiados por esse
tirano chamado Bush e seus antecessores; não se pode deixar ferir a autonomia
do povo, porque, pela paz, muitas vezes a gente tem que se defender com a
guerra, e é isso o que acontece. Pela democracia que Chávez representa - foi
eleito e, depois, num plebiscito, permanece -, isso é ferir a democracia, é
querer derrubar a democracia de um País.
Nesse sentido, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores é totalmente solidária aos povos, tanto ao povo palestino como ao
povo venezuelano, e nós estamos cerrando fila para assim proceder, manter e
lutar pela continuidade da democracia. Viva Chávez! Viva o povo palestino! Viva
o Presidente Lula, que aqui esteve representando o Brasil e, com a mesma
postura e altivez, esteve em Davos, não como alguém que foi lá para participar
das suas ONGs, das suas organizações internacionais, mas como um líder
brasileiro e latino-americano, para demonstrar ao mundo inteiro que se pode ir
a um Fórum onde está a extrema direita do mundo e não se portar de uma forma
submissa; ele esteve lá de uma forma altiva, e as nossas questões
internacionais cada vez mais estão sendo articuladas pela soberania do nosso
País, pela soberania dos povos do mundo inteiro. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; minha cara
colega, Verª Maristela Maffei, eu esperava que V. Exª tivesse outra postura no
seu pronunciamento nesta Casa, porque eu conheço o seu trabalho. V. Exª fez o
seu pronunciamento dentro de uma ideologia política, e eu acho que o caminho do
Fórum não é esse, creio que o Fórum Social Mundial tem que olhar todos os
segmentos, todas as ideologias partidárias e todos os credos religiosos. Para
que haja no significado do Fórum Social Mundial aquilo que os povos esperam
para um mundo melhor, eu entendo que todos os segmentos devem ser respeitados.
Só que não foi essa a postura de V. Exª; a Vereadora, no seu pronunciamento,
seguiu, sim, um caminho político, cometendo uma extrema injustiça ao dizer que
o Governo do Estado e o Prefeito Municipal não apoiaram o Fórum Social Mundial,
mesmo eles dando todas as estruturas possíveis, meu caro Ver. Haroldo de Souza.
A Verª Maristela Maffei chega aqui nesta tribuna e diz que o Governo não
apoiou. V. Exª cometeu uma extrema injustiça, pois o Governo deu toda a
estrutura. A Vereadora diz que nós, os Partidos de situação, hoje, não temos
liderança para sediar um Fórum Social Mundial... Ora, convenhamos! Mais um
equívoco de V. Exª! Depois do extraordinário esforço do Governo do Estado e do
Prefeito Municipal desta Cidade, abrindo Secretarias, Gabinetes e toda a
estrutura que foi dada ao Fórum?!
A Verª Maristela Maffei diz que o Fórum não vai
mais acontecer, que já sabia anteriormente que não iria mais acontecer - não
sei como ela fez essa avaliação -, porque o Governo não tem liderança para
sediar o Fórum Social Mundial. Ora, eu não gostaria de ter ouvido hoje, aqui
neste plenário, esse pronunciamento da Verª Maristela Maffei.
Vereadora, se houve pessoas que foram lá vaiar o
nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eu quero dizer a V. Exª que foram
pessoas que fundaram o PT - que fique claro aqui nesta tribuna, para nós e para
as pessoas que nos assistem pela TVCâmara. Quem foi lá vaiar o Lula, o nosso
Presidente da República, não foi nenhum dos Partidos de situação, foram as pessoas que fundaram o Partido dos
Trabalhadores. E mais: não sei por que a segurança do nosso Presidente,
estranhamente, pediu um colete à prova de bala. Eu duvido que fosse solicitado
um colete à prova de bala para um Presidente de qualquer outro País neste mundo
que permanecesse no Fórum Social. Agora, aqui, a segurança do Lula pediu um
colete à prova de bala para uma circunstância em que se previa uma vaia, que
aconteceu, e quem o fez foram pessoas ligadas ao PT que fundaram o Partido.
Vamos colocar as coisas às claras, meu caro Ver.
João Antonio Dib, há que se falar coisas claras aqui, não podemos chegar nesta
tribuna e falar algo que o povo não consiga entender, apesar de nós termos essa
liberdade. Nós temos que ter franqueza e clareza. Agora, não é a situação que
tem que explicar esses fatos, e sim a oposição hoje. Lamento profundamente ter
ouvido algumas colocações a respeito do nosso Prefeito Municipal; como já
disse, foi feito todo o esforço e foi dada toda a estrutura, e o mesmo foi
feito por parte do Governo do Estado. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA.
MANUELA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu estava
esperando o meu tempo referente ao período de Comunicações para falar, mas,
após esses inúmeros comentários e o debate acerca do Fórum Social Mundial,
vi-me obrigada a solicitar tempo de Liderança para apressar-me em problematizar
e reflexionar acerca de algumas questões.
O Fórum Social Mundial, na sua 5ª edição, mais uma
vez nos brindou com magníficos debates políticos, além de toda a movimentação
econômica que trouxe para nossa Cidade, para os taxistas, para os restaurantes,
para a rede hoteleira, para todo o setor de serviços. É interessante observar
que o Fórum é um grande evento constituído por milhares de pequenas atividades
em que se debatem os mais diferentes assuntos. Talvez quem não participe, quem
nunca esteve em uma daquelas tendas - com o calor magnífico da cidade de Porto
Alegre! - não compreenda isso. O Fórum é um espaço em que podemos debater a
temática da paz, desde os comunistas, como o fizemos, com 27 Partidos
comunistas de todo o mundo, até a questão espiritual da luta pela paz. Todos
debateram da sua maneira, com a sua perspectiva, com o seu olhar sobre o mundo
de hoje, acreditando que dessa maneira, desse ponto de vista, estabeleciam a
construção de um outro mundo possível - esse é o elemento fundante, que norteia
os debates do Fórum Social Mundial.
Mas, sem dúvida, durante o Fórum Social Mundial, na
sua 5ª edição, nós tivemos duas grandes atividades, dois marcos do debate
político dos povos de todo o mundo, fundamentalmente dos latino-americanos, que
se fizeram presentes maciçamente. Foram elas: com o Presidente do nosso País, o
companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, e com o companheiro Hugo Rafael Chávez
Frías, Presidente da República Bolivariana da Venezuela.
Na atividade com o Presidente Lula, vários
Vereadores desta Câmara, como o Ver. Sebastião Melo - que não está presente
hoje -, a Verª Maristela, a Verª Margarete, puderam, junto comigo, observar a
visão de estadista que o nosso Presidente Lula traz consigo. E traz a visão
daqueles que acreditam que o Brasil é imprescindível para a construção de uma
América Latina soberana. E a soberania se constrói com igualdade social. Para
mim, esse foi o marco da fala do companheiro Lula no Gigantinho, naquela manhã
do Fórum Social Mundial.
Dias após a fala do companheiro Lula... Eu não vou,
aqui, entrar na polêmica de se ele estava ou não estava de colete. Acredito que
não estivesse, Ver. Ervino, mas, se estivesse, não estaria fugindo das
responsabilidades, porque nós, brasileiros, cansamos de ver e muitas vezes
aplaudimos os estadistas norte-americanos com seus esquemas de segurança
milionários, triliardários. Quando são os nossos Presidentes, nós achamos que a
segurança é demasiada. Lula é o Presidente deste País, e, se estivesse de
colete à prova de balas, fato esse em que eu não acredito, não estariam
exagerando no que se refere à segurança para o Presidente de um País com o
porte do nosso.
A outra atividade que, sem dúvida, marcou o Fórum e
marcou a unidade da América Latina na construção de políticas que fazem
inclusão social e que constroem, de fato, a paz foi a passagem do Presidente
Hugo Rafael Chávez Frías por este País, por esta cidade de Porto Alegre. Falar
da Venezuela, para mim, é falar de um país que conheço pessoalmente, pois
acompanhei diversos dos processos de construção da Revolução Bolivariana, da revolução
inspirada no libertador latino-americano Simón Bolívar. Estive lá três vezes no
último ano, inclusive na Semana Nacional de Juventude, que completa, hoje, um
ano e que começa a se realizar, novamente, a partir da próxima semana.
Pude observar o efeito das chamadas “missiones”, da
Missão Sucre, da Missão Robson, da Missão Barrios de Pié, em que vinte mil
médicos de outro país, da gloriosa Cuba, fizeram atendimentos, porque os
médicos venezuelanos não quiseram atender os pacientes com enfermidades a partir
do sistema único de saúde da Venezuela, e é por isso que os médicos cubanos
estão lá. Pude observar o que é um país, em menos de dois anos, construir uma
universidade como é a Universidade Bolivariana da Venezuela, uma Universidade
que inclui os setores tradicionalmente excluídos da educação superior. Pude
observar e compreender por que o Presidente Chávez, que é um companheiro, sim,
de luta, constrói e reforça o peso do seu Exército. Nós temos, e é bom que se
saliente isso, uma guerra em perspectiva no nosso Continente - e o terceiro
maior exército do mundo é o da Colômbia hoje, que só fica atrás do Exército dos
Estados Unidos da América e do Exército de Israel - com a invasão das
fronteiras de terra da região sul da Venezuela.
Se reforçar um exército nacional, se fazer de um
exército o artífice para a construção da soberania é lutar contra a paz, então
eu não compreendo mais quais os debates que fazemos aqui dentro, porque, sem
sombra de dúvidas, na América Latina, se existe um termo ou uma frase que define
a luta pela paz, essa é do poeta Carlos Drummond de Andrade: “O outro nome da
paz é justiça social.” É essa justiça social que o Presidente Chávez constrói
nas oito eleições a que foi submetido. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gosto,
e gosto muito, de ser Vereador. Por isso, eu sou Vereador o dia todo, todos os
dias. E, porque eu sou Vereador o dia todo e todos os dias, fui procurado pela
Bancada do PDT, que buscava a minha posição em relação à substituição que se
pretende fazer do Ver. Mauro Zacher pelo Ver. Márcio Bins Ely. Eu deixei claro
que sou contrário a essa substituição no recesso; é claro, pois tenho uma ação
na Justiça dizendo da minha inconformação, porque, no dia 2 de janeiro de 1997,
tomaram posse no recesso dois Vereadores. Eu achava que isso não podia
acontecer, por isso fiz uma ação popular, para a qual não há decisão até hoje
na Justiça, mas ela mostra algumas coisas que não dão razão à substituição no
recesso.
A Procuradoria do Município, no caso do Ver. Raul
Carrion, que substituiria não sei se a Verª Maria do Rosário ou o Ver. Zacher,
não lembro agora, diz assim (Lê.): “Nos períodos de 16 de dezembro a 14 de
fevereiro e 1º a 31 de julho, a Câmara Municipal está em recesso, e não em
Sessão Legislativa.” Então, aí ela vem alinhando Pareceres e dados e conclui
(Lê.): “O Regimento da Câmara não dispõe sobre a matéria de modo específico,
mas, conjugando-se os conceitos de Câmara [Vereadores reunidos em plenário], de
Comissão Representativa [representação] e de Suplente [aquele que não está no
exercício], por construção jurídica, chega-se à tese de que somente o titular
da Comissão Representativa deve ser substituído durante o recesso parlamentar,
por Suplente [Vereador titular]”. Foi o que aconteceu agora, há poucos dias,
quando o Ver. Haroldo de Souza substituiu o Ver. Sebastião Melo. E nesse dia -
eu tenho os dados daquela Sessão - o Presidente Elói Guimarães dizia que não se
substitui Vereador licenciado no recesso, mas, como era para substituir o Ver.
Sebastião Melo pelo seu Suplente na Comissão Representativa, que era Vereador
titular, o Ver. Haroldo assumia na Comissão Representativa como Vereador
titular que é.
Portanto, eu entendo que não pode, mas a ação
judicial que promovi, para a qual não houve decisão até hoje, recebeu um
Parecer extraordinário do Juiz, que negou a liminar. Ele disse (Lê.): “A
discussão diz respeito à possibilidade de os Vereadores suplentes assumirem o
cargo estando a Câmara em recesso sob a representação da Comissão
Representativa. A questão é, efetivamente, polêmica. Ao que se percebe, o
entendimento da Mesa da Câmara, baseado em Parecer de sua Procuradoria, foi no
sentido de que não se estava diante de uma simples substituição para o recesso
parlamentar, mas sim de uma convocação de caráter mais amplo, que terá como
termo provável o momento em que os titulares retornarem às suas funções, já que
investidos em cargos do Executivo Municipal, citando, inclusive, precedentes
ocorridos na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.” Era o caso do Ver. Raul
Carrion. Continuo: “Os argumentos contidos na inicial são sedutores na medida
em que a Casa Legislativa estaria em recesso parlamentar. Todavia a convocação
dos Suplentes teria se dado em Sessão Ordinária, mas antes do licenciamento dos
titulares”.
Portanto, não há, no meu entendimento, condições de
assegurar que o Suplente de Vereador Márcio Bins Ely assuma como titular antes
do dia 15 de fevereiro. Nesta tribuna, eu já havia estranhado que os Vereadores
licenciados queriam receber pela Câmara Municipal. Os salários dos Secretários
e dos Vereadores são iguais; agora, o Orçamento da Câmara Municipal vai sofrer
grandes dificuldades por essas substituições que levam recursos, e nós não
temos possibilidade de cobri-los sem suplementação. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, no jornal Correio do Povo de ontem, há o anúncio da modificação -
nós já esperávamos, já aconteceu no Governo do Estado - do Orçamento
Participativo. Tenho dito sempre que a maneira como vai ser executada a Peça
Orçamentária - a relação da comunidade com o Governo, que foi eleito
democraticamente - é uma prerrogativa, sim. Não se pode deixar de registrar,
não se pode deixar de avivar a memória do povo de Porto Alegre, que está
sofrendo o primeiro golpe após a eleição daqueles que diziam que manteriam o
Orçamento Participativo na sua origem.
O “Primeiro Ministro” da Prefeitura, digo, o
Secretário Busatto, que age como Primeiro Ministro, anunciou a reformulação do
Orçamento Participativo. E, para quem já usou, em época de campanha, contra o
Partido dos Trabalhadores, o “nariz de Pinóquio”, deve agora vestir a carapuça,
porque a população de Porto Alegre está sendo golpeada por uma mentira
eleitoral. Inclusive, o Prefeito Fogaça esteve no fórum do Orçamento
Participativo e disse aos conselheiros, no dia em que estava sendo elaborado o
novo Regimento, que respeitaria as modificações do Regimento - disse isso em
reunião gravada, foram taquigrafadas as suas palavras.
O que está acontecendo em Porto Alegre é o mesmo
que aconteceu com o Orçamento Participativo estadual. Na eleição, o Partido
chamado “Partido da mudança”, que tem o mesmo grupo que compõe o Governo
Estadual, jamais disse - em nenhum momento - que ficaria apenas o nome
“Orçamento Participativo”. Disseram que manteriam, e, agora, o que nós estamos
vendo é essa vergonha deslavada, um cinismo eleitoral, um golpe para a
população de Porto Alegre. Principalmente para os mais de 51% que - nós
respeitamos - votaram. E Juliano Corbelini, o marqueteiro da campanha do
Prefeito Fogaça, dizia que mais de 71% das pessoas, em pesquisas realizadas
internamente pelo PPS, apontavam que votariam, sim, em Fogaça se ele mantivesse
o Orçamento Participativo, porque respeitavam o Orçamento Participativo na sua
estrutura. Disse ainda que foi muito difícil convencer o “Primeiro Ministro”,
hoje o Secretário Busatto, e o Deputado Berfran Rosado sobre esse tema, mas que
a vida demonstrou que usando esse marketing
eleitoral se ganharia a eleição. Ganharam a eleição e colocaram em prática.
Só não esperava que fosse tão longínquo. Sobre a auréola ontem, com todo o
perdão a Nossa Senhora dos Navegantes, do dia importante, da devoção da nossa
população; eles deixaram passar o Fórum Social Mundial - por não terem
liderança de ideologia socialista, o Fórum foi embora - para anunciar o golpe
que a população que votou nessa proposta está sofrendo na Cidade de Porto
Alegre. A forma que está sendo instituída significa um grande conselhão, apenas
serão consultados, com eixos temáticos, e será votado em cima desses eixos,
como é feito no Governo do Estado.
Nós estamos atentos, nós vamos estar reunidos hoje
ao meio-dia com os conselheiros do OP. Estaremos nos mobilizando e discutindo
com a sociedade de Porto Alegre, porque nós somos uma parte desta Cidade, nós
fomos o segundo Partido mais votado nesta Cidade, mesmo após dezesseis anos.
Eles ganharam porque usaram as nossas propostas para vencerem a eleição, e nós estaremos,
todos os dias, cobrando isso, não vamos deixar de nos mobilizar e, junto com a
comunidade de Porto Alegre, barrar esse tipo de encaminhamento, um
encaminhamento que desmonta completamente o Orçamento Participativo e mostra as
garras, a faceta deste Governo que se instituiu no Paço Municipal de Porto
Alegre.
Atenção, Porto Alegre: é o primeiro golpe; muitos
virão pela frente: privatizações, tirando direitos do funcionalismo público,
como RDE, funcionários que tinham direitos conquistados no Estatuto, no
Sindicato, na luta dos trabalhadores se aposentando. Estão tirando direitos dos
trabalhadores. Nós estamos atentando às perseguições políticas aos petistas e,
no próximo momento de Liderança, estaremos aqui trazendo uma lista de nomes de
pessoas que estão sendo perseguidas no novo Governo. Quando a gente fala em
ditadura de fora, a gente tem de olhar no espelho para ver o que está
acontecendo conosco. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Vereadores, Vereadoras, pessoas que
aqui se encontram e aquelas que nos acompanham pela televisão, eu gostaria, na
minha primeira manifestação nesta segunda Legislatura, de abraçar
carinhosamente o Ver. Elói Guimarães, nosso novo Presidente da Casa. Desejo que
V. Exª tenha um trabalho profícuo e que confirme na Presidência da Casa aquilo
que vem sendo ao longo dos anos como Vereador atuante, batalhador, guerreiro e,
principalmente, um homem ligado, absolutamente, à Justiça, o que é muito
importante.
Eu teria muitas coisas para falar numa primeira
manifestação de começo de ano, mas estamos light,
afinal de contas a grande festa da esquerda mundial acabou, foi embora o Fórum
Social Mundial e deixou-nos, de saldo, o dinheiro. Hotéis, restaurantes, a
economia informal, os taxistas, todos ficaram muito satisfeitos com o Fórum
Social Mundial, e eu gosto quando Porto Alegre - porque eu amo o Rio Grande do
Sul - tem destaque mundial. Eu gostaria muito de saber se todos aqueles temas
que foram debatidos, em diversas oficinas espalhadas pela orla do Rio Guaíba,
onde nós tivemos também a falta de respeito com os nossos gramados, com as
nossas árvores, com a nossa natureza... Em meio a tudo isso, sinto um gosto
amargo na boca: mais uma vez, reúnem-se para discutir “sexo dos anjos”.
Quem é Hugo Chávez para deitar moral em qualquer
lugar deste Planeta? Quem é Hugo Chávez? É meio ligado a Cuba, mas o que é Cuba?
Eu não morro de amores pelo Bush, pelo contrário, eu acho Bush um homem
asqueroso, nojento, prepotente, que deveria ir para o paredão, o Bush. Mas e o
Hugo Chávez? Quem é Hugo Chávez? Eu tive uma experiência terrível agora: estava
saindo do lugar onde eu moro, nas minhas férias, no alto da Barra do Ribeiro e,
quando quis entrar na Faixa Preta, fui proibido pela Polícia Federal. Eu não
entendi bem por que, mas daí passaram três batedores, daqui a pouco mais quatro
batedores. Olhei para cima e avistei dois helicópteros. Havia ambulância,
Polícia Militar, Brigada Militar, Polícia Federal e uma camioneta preta toda
fechada, e, dentro, estava Hugo Chávez, que vinha vindo de um acampamento do
MST no Pontal de Tapes, onde conversou, contou história para o MST, mas ele
estava com pressa porque ia almoçar no Plaza São Rafael. Quer dizer, eu sou
contra a Coca-Cola, mas eu sou ligado aos hotéis, ao Plaza São Rafael ou
Sheraton.
Então, há uma contradição muito grande a respeito
de Fórum Social Mundial. Eu não tenho uma posição definitiva, se isso é bom
para Porto Alegre. É bom economicamente, está provado aí, mas também não é
aquilo que estão dizendo os organizadores do Fórum, como também não se pode
admitir que o Fórum o ano que vem não será mais aqui porque não temos homens
com liderança no Governo Estadual ou Municipal para realizá-lo. Estão brincando
comigo. Eu não entendo o que o PT, o PCdoB, o comunista Hugo Chávez, o Fidel
Castro pensam a respeito dos outros homens que dirigem este Planeta, com
exceção do Bush. No restante, nós temos homens íntegros, em condições, sim, de
mandar na sociedade mundial. Não vai ser Hugo Chávez, que, em brincadeira para
um repórter, diz: “Olha, não fiquem com medo, que nós não vamos invadir Nova
Iorque nem Washington.” Mas o que é a Venezuela, que a Verª Manuela disse aqui
que conhece tão bem? E eu conheço muito bem, há trinta anos, porque eu estive
na Venezuela várias vezes. E o povo da Venezuela vive muito pior, em condições
piores do que o povo brasileiro. Então, a Venezuela e esse tal de Hugo Chávez
para mim não servem de parâmetro e de absolutamente nenhum exemplo.
Então, vamos parar com esse negócio de ladainha de
dizer que o Fórum Social Mundial tem um benefício enorme para Porto Alegre,
porque não tem, não! Porque quem teve condições de entrar nesses acampamentos
do Fórum - a depravação também é um negócio muito sério - pôde observar que
rolava de tudo nesse Fórum Social Mundial; de tudo que vocês possam imaginar. E
eu gostaria muito de saber: os temas que foram debatidos no Fórum Social
Mundial serão enviados para quem? Hugo Chávez vai entregar pessoalmente para o
Lula? E o Lula vai entregar pessoalmente para o Bush? Mas que brincadeira é
essa? Que história é essa? Então, vamos devagar, como diria o Ver. Sebastião
Melo, “vamos devagar com o andor porque o santo é de barro”. Fórum Social
Mundial, se voltar para cá, que realmente tenha um outro cunho, não só o lado
da esquerda, não só o lado de Hugo Chávez e companhia limitada. Porque, a
partir do instante em que eu tiver que me inspirar em Hugo Chávez para tentar
fazer alguma coisa pela sociedade, eu abandono a política.
Com respeito e rapidamente, Presidente, eu gostaria
de encerrar. Eu entendo - e não sou advogado - que, quando uma questão está sub judice, se deve aguardar o
resultado, ela deve ser discutida com mais detalhes, deve-se esperar que a
Justiça fale. A respeito desse negócio de dar ao Ver. Márcio Bins Ely a sua
posse aqui na Câmara Municipal, ele não pode esperar dez dias? Mas o que é que
há? Que destempero é esse? Não pode esperar dez dias para tomar posse aqui como
Vereador da Cidade? Já não basta a Secretaria da Juventude, que foi criada
única e exclusivamente para acomodar um outro Partido, no caso, o Ver. Mauro
Zacher? No meu entendimento é isso. E é exatamente porque foi criada a
Secretaria da Juventude, para fins políticos... Mas o que é que há, rapaz?
(Aparte anti-regimental do Ver. Mauro Zacher.)
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Não há aparte, eu estou em Liderança, não há aparte. Quando eu descer
daqui, a gente conversa. Qual é o problema?
Agora, gostaria muito de dizer que a Secretaria da
Juventude foi criada com essa finalidade, no meu entendimento, força-me a
pedir, também, a formação e a criação da Secretaria do Idoso, porque o velho
também merece respeito e assistência. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(Tumulto no Plenário.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu solicitaria aos Srs. Vereadores que observassem
as normas regimentais.
O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, servidores desta Casa, povo de Porto Alegre, neste plenário, agora
com clima mais ameno, eu quero trazer ao conhecimento e à aprovação desta Casa
motivo de profunda alegria e satisfação com respeito à eleição e posse do
Deputado Iradir Pietroski na Presidência da Casa do Povo gaúcho, a Assembléia
Legislativa.
É com satisfação e honra que faço esta análise
partidária do momento em que o Partido Trabalhista Brasileiro vive, com
respeito à sua militância e articulação no sistema político rio-grandense. A
exemplo do que vivemos a partir do dia 1º de janeiro nesta Casa, com a eleição
e posse do Ver. Elói Guimarães - companheiro de Partido, ícone trabalhista -
como Presidente desta Casa, seguiu-se o exemplo no plano estadual, e ambos
pudemos prestigiar a posse do Deputado Iradir Pietroski, representando não
somente um marco do PTB, mas também o homem rural, o homem que veio do Alto
Uruguai e construiu sua trajetória política, fruto de muita determinação,
dedicação e responsabilidade partidária.
Esta homenagem que presto ao Presidente Pietroski e
também ao Presidente Elói Guimarães é de quem reconhece a escola do Partido
Trabalhista Brasileiro. Em 1998, pelas mãos de Iradir Pietroski, aproximei-me
da política partidária. Quero registrar, para que o povo de Porto Alegre saiba,
o compromisso do Partido Trabalhista Brasileiro com o povo rio-grandense e,
neste momento, com a Capital do Estado. Compromisso esse que segue os rumos da
presença e da participação do Senador Sérgio Zambiasi; do companheiro
Presidente Estadual do PTB, Cláudio Manfrói, muito antes companheiro militante
partidário; do presidente Leão de Medeiros, que hoje responde pela
Diretoria-Geral desta Casa, e também do companheiro Ivandré Medeiros. Registro,
com profundo louvor, a participação dessas pessoas no cenário político estadual
e municipal. O conjunto representado nesta Casa, plural, na Mesa Diretora
também se reproduz na Assembléia Legislativa. E essa homenagem eu quero render
a todas aquelas pessoas que se despem dos poderes mandatários, dos seus
diplomas eleitorais, para traduzir as vontades do conjunto da sociedade gaúcha,
do conjunto da sociedade porto-alegrense. Este é o verdadeiro valor: a
responsabilidade com o futuro e com os rumos da nossa Capital e do nosso
Estado.
Quero deixar aqui o registro de uma frase que muito
me emocionou na posse do Presidente Iradir Pietroski, que traduz por si só os
gestos e as ações de quem é mandatário de um cargo eletivo: "Além de nossa
natural função legisladora e fiscalizadora, que, por si só, justifica nossa
existência, vamos adotar a transparência como regra número um desta Casa - a
Assembléia Legislativa.” E mais: “Submeteremos nossos atos e atitudes ao
julgamento da opinião pública, sem temor ou constrangimento..."
Tenho a certeza de que essa é a mesma orientação
que segue o Presidente Elói Guimarães. Congratulo-me com todos os dirigentes
partidários do PTB, partidários de meu Partido, que vêm traduzindo e
consolidando a marca política do Estado do Rio Grande do Sul, consolidada
através dos dois anos nos quais o então Presidente da Assembléia Sérgio
Zambiasi pôde implementar algumas mudanças, como o sistema de cotas, a economia
no Poder Legislativo Estadual e também o Canal 16, da Assembléia, que hoje, em
comum acordo, nos leva ao domicílio das pessoas que têm interesse em conhecer
nosso trabalho parlamentar.
Presidente Elói Guimarães, é com muita satisfação
que nós pudemos acompanhar a eleição e posse do Deputado Iradir Pietroski, e eu
tenho a certeza de que é uma norma partidária a transparência que V. Exª, aqui,
vem implementando, a qual o Presidente Pietroski, com certeza, com êxito levará
ao Estado do Rio Grande do Sul.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está sendo substituído pelo Ver.
Haroldo de Souza; se entender, o tempo está disponível para V. Exª. A Verª
Manuela está com a palavra em Comunicações.
A SRA.
MANUELA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiro eu
peço desculpas pela minha saída, a qual me fez perder o horário justo, mas já
afirmei: a gente pode tardar, mas a gente não falha, Ver. Elói.
Eu solicitei este novo tempo para fazer uso da
palavra, porque acho que seria interessante ao menos dar conhecimento a esta
Casa de dois outros fatos que aconteceram no decorrer desta semana.
O primeiro deles foi o encontro do Ministro da
Articulação Política, camarada Aldo Rebelo,
com o Prefeito José Fogaça. Acho interessante ressaltar essa reunião, que
foi uma visita de cortesia, como é chamada oficialmente, em que se debateu um
dos assuntos, para mim, mais nobres na política, que é justamente o compromisso
de o Governo Federal, de o Governo do companheiro Lula, manter absolutamente
todos os convênios, todas as relações políticas até então estabelecidas com a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e manter, exatamente, o mesmo tratamento
que era dado para a Administração anterior, para a Administração da Frente
Popular. Isso demonstra o compromisso do nosso Ministro e, sobretudo, o
compromisso do Governo Lula em manter as relações de Governo Federal, de quem
preside todo este País, todos os brasileiros e brasileiras, independentemente
daqueles que administram os Municípios. Isso reitera, portanto, o objetivo
maior do Governo Federal, deste Governo que afirma e que constrói, de fato, um
Brasil de todos, que é de governar a totalidade dos brasileiros, que é de
estabelecer as suas ações, as suas políticas, independentemente de qual Partido
ou da posição do governante “x” ou “y”. Reiterou a vontade e a disposição do
Governo Federal de manter a relação fraterna e amistosa com a Prefeitura de
Porto Alegre. Porque, muitas vezes, aqui nesta tribuna ou em outros momentos da
cena política do nosso Estado, do nosso Município, ouvimos algumas afirmações
um tanto quanto nebulosas acerca da postura do Governo Federal em relação a
este Município. Portanto, esses boatos ou essas notícias nebulosas, ou
fantasmagóricas, caem por terra, quando da reunião do Ministro Aldo Rebelo com
o Prefeito José Fogaça e, depois, no turno tarde, com o Governador Germano
Rigotto.
A outra atividade que acho imprescindível relatar
nesta tribuna, embora eu não tenha estado nela como representante da Câmara de
Vereadores, e sim como Vereadora, como Líder do PCdoB e como membro da Direção
Nacional da União da Juventude Socialista, foi o lançamento da Secretaria
Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude e do ProJovem,
Programa destinado aos jovens pelo Governo Federal, na tarde de terça-feira,
dia 1º de fevereiro, em Brasília, numa atividade em que estavam presentes o
Ministro Luiz Dulci, o Ministro José Dirceu, o Deputado Reginaldo Lopes, do
PT-MG, responsável pela Comissão de Políticas Pública de Juventude da Câmara
Federal e o Presidente Luiz Inácio da Silva. Momento em que pudemos observar o
compromisso do Governo Federal com as políticas públicas para a juventude.
Sobretudo, o que ficou bastante claro naquela atividade é que o Governo Federal
não constrói a plataforma das políticas públicas de juventude e nem tampouco a
Secretaria e o Conselho com o intuito de barrar ou de estagnar as formulações
dos jovens em nosso País, mas, justamente, constrói essa Secretaria e constrói
o Conselho e o ProJovem com base no acúmulo da juventude brasileira, inclusive
tendo sido este um elemento destacado pelo Presidente companheiro Lula, pelo
Ministro Luiz Dulci e pelo Sr. Beto Cury, futuro Secretário da Juventude do
Brasil.
Acho importante também salientar que, tal como fez
esta Câmara, o Conselho Nacional de Juventude, as suas atribuições, a maneira
pela qual serão eleitos os seus membros, a sua relação com a Secretaria
Nacional de Juventude, tudo será debatido de maneira ampla, com a totalidade da
juventude brasileira, com as organizações juvenis, como a UNE, a Ubes, o
Movimento hip-hop, as Pastorais da
Juventude, ou seja, Brasília sinalizou que os órgãos de participação juvenis
devem ser construídos com a participação da juventude. Eu espero que nesta
Câmara nós também tenhamos a sapiência para construirmos com a totalidade dos
Partidos políticos, com a totalidade das organizações juvenis o nosso Conselho
Municipal de Juventude. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em
Comunicações.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr. Presidente, Elói Guimarães; Vereadores e Vereadoras, amigos que aqui
estão presentes, hoje o jornal Correio do Povo traz a manchete (Lê.): “O Brasil
pode recuar e renovar acordo com o Fundo Monetário Internacional”. Essa novela
eu vi, há muito tempo, quando se dizia que, se o Lula chegasse à Presidência da
República, o Fundo Monetário Internacional não mais seria tratado da maneira
como vinha sendo tratado por Fernando Henrique Cardoso. Mas, pelo contrário,
mudou o rumo da história: o Fundo Monetário Internacional é quem define as
regras, estabelece bases para a economia brasileira. Vem sendo assim, sim.
Mas, há um mês, nós tivemos a notícia, em manchetes
de jornais, de que o Brasil não necessitaria mais de qualquer dinheiro que
viesse do Fundo Monetário Internacional. Ou seja, o Brasil teria atingido a sua
maturidade, a sua independência financeira, não só na geração de dólares
internos, na economia interna, como também em relação ao PIB e à própria
economia que estabelece o Fundo Monetário Internacional. Mas o Meirelles, que é
amicíssimo do Lula - e não o era antes - defende a necessidade de um recuo e de
uma nova procura ao Fundo Monetário Internacional. E a dívida brasileira, a
dívida externa, que não tem fundo, precisa ir ao fundo - mais ao fundo ainda -,
procurando o Fundo Monetário Internacional.
Eu queria saudar o novo Presidente da Assembléia
Legislativa, do Partido Trabalhista Brasileiro, conheço muito bem o Iradir
Pietroski, uma das figuras de maior transparência na política do Rio Grande do
Sul. Tenho a certeza de que o querido “Polaco” vai muito longe ainda, meu
companheiro de bingo, Presidente da Assembléia Legislativa, gente finíssima,
homem com idéias claras, definidas, que irá fazer, com certeza, da sua
administração como Presidente da Assembléia Legislativa, uma das grandes
administrações, para orgulho de todos nós que admiramos o PTB, que admiramos o
Iradir Pietroski, que admiramos aqueles homens que são sérios nas suas
posições, que são transparentes nas suas decisões, sem essa de “vamos fazer um
negocinho aqui para, ali na frente, recebermos uma outra coisinha: a gente faz
um acordo aqui e, ali na frente, tu levas...” Não, não, isso aí não. Tem de
acabar esse tipo de coisa na política, temos de ter homens sérios!
Em 2005, temos dois Presidentes dos nossos Legislativos
com moral estabelecida, para que fiquemos tranqüilos a respeito do comando
desta Casa: o Ver. Elói Guimarães, do PTB, e, por coincidência também do PTB,
na Presidência da Assembléia Legislativa, o Deputado Iradir Pietroski, meu
querido amigo, o “Polaco”.
O Orçamento Participativo é uma peça do Partido dos
Trabalhadores, e é uma peça importante. A sociedade recebeu, e veio o Orçamento
Participativo. Há quanto tempo está o Orçamento Participativo sendo utilizado
pela sociedade do Rio Grande do Sul? O novo Prefeito José Fogaça não vai acabar
com o Orçamento Participativo. Ele está fazendo algumas alterações no próprio
Orçamento Participativo, e é normal e justo que o novo governante, o homem que
assume para comandar a Cidade, tenha o direito de fazer algumas alterações
naquilo que vinha sendo utilizado para a administração da Cidade. Não se vai
acabar com o Orçamento Participativo, e sim aprimorá-lo.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Haroldo
de Souza, quero dizer a V. Exª que também sou favorável ao Fórum de Governanças
Solidárias, porque o Orçamento Participativo ficou devendo muito à população,
que foi lá, fez reuniões e programou obras. Agora, a única dificuldade que eu
encontro - não conheço o Projeto, a Câmara não conhece também - é como
conciliar Legislativo e Executivo. Quem presidirá quem? Quem será Presidente e
quem será presidido? Isso é muito difícil. A Lei Orgânica diz que os dois
Poderes são independentes e harmônicos. Portanto, se há independência, não pode
um Vereador representar lá no Fórum de Governantes. É uma dúvida que eu tenho e
acho que a Procuradoria depois irá esclarecer.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Obrigado por sua participação, Ver. João Antonio Dib.
Nós entendemos que o Orçamento Participativo deve
ser melhorado, e todos os compromissos que já foram assumidos pelo Orçamento
Participativo com a sociedade têm de ser cumpridos. Nada mais do que isso!
Agora, não dar direito ao novo Prefeito de fazer alterações naquilo que vinha sendo
feito na Cidade durante 16 anos não é justo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Tempo
Especial.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
tivemos a oportunidade de estar na terça-feira em Brasília representando a
Câmara Municipal de Porto Alegre, esteve também presente a Verª Manuela. Nós
presenciamos a posse do novo Secretário Nacional da Juventude. Com certeza,
temos que louvar essa iniciativa do Governo Federal, que também tem como
prioridade a implementação de políticas públicas para a juventude, tema esse
tão debatido nesta Casa na oportunidade da criação da Secretaria Municipal de
Juventude, aprovada por todos os Vereadores, num dia exaustivo, de muito
debate, em que nós conseguimos não só aprovar a Secretaria, mas também aprovar
Emendas de outros Vereadores, tanto da Frente Popular como da Bancada de
situação. Enfim, Presidente, nós estivemos presentes; lá também foi lançado o Projeto
ProJovem, que será implementado nas capitais brasileiras, cuja intenção é
atingir duzentos mil jovens com idade acima de dezoito anos que não terminaram
o Ensino Fundamental; eles ganharão bolsa de estudos para voltar à sala de
aula. Acho que nós temos que trabalhar em conjunto com a sociedade, para que
possamos acompanhar não só esse Projeto do Governo Federal, que é importante,
que trará subsídios fortes para que se leve o nosso jovem à sala de aula e se
oportunize a ele condições excepcionais para se incluir no mercado de trabalho,
mas para que também façamos aqui da Secretaria Municipal da Juventude um grande
instrumento de políticas de desenvolvimento social da nossa Cidade.
Há pouco, escutei de outro Vereador que essa
Secretaria foi criada para acomodar um Partido, e isso me ofendeu, porque quem
fala isso é quem realmente não tem conhecimento. Essa Secretaria veio para
traçar o grande processo de políticas de juventude e para criar um projeto de
desenvolvimento social sustentável nesta Cidade. Quem não compreende essa
situação ou alguém que não foi contemplado com algum cargo no Governo diz isso
nesta tribuna. O que me ofendeu foi isso! Não é uma Secretaria criada para
acomodar nenhum Partido, porque, se fosse isso, eu não aceitaria assumir esse compromisso
importante, inovador e ousado do nosso Prefeito. Só quem tem muito compromisso
com a causa social é que cria uma Secretaria Municipal de Juventude, e Porto
Alegre é a primeira de todas as capitais com Secretaria exclusiva para a
juventude, segundo a informação que temos.
Com a maior tranqüilidade, assumi esse compromisso
com o nosso Prefeito, porque sabia que, com todos os problemas que o nosso
Estado passa, com todas as heranças que a nossa Prefeitura recebeu da
Administração anterior, só um Governo muito comprometido com a causa social é
que implementa uma Secretaria Municipal de Juventude, que teve a aprovação
unânime desta Casa. E estranho escutar isso de um Vereador que esteve presente
na votação, teve oportunidade de debater e que, depois, veio a esta tribuna
dizer que foi uma Secretaria criada para acomodar um Partido. Eu digo que não
aceitaria ser Secretário se fosse para acomodar o Partido. Tenho certeza de que
essa Secretaria veio preencher uma lacuna, que esta Cidade tinha, de políticas públicas
para a juventude. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas
senhoras e meus senhores, como eu disse há poucos minutos, eu sou Vereador o
dia todo, todos os dias. Eu presto atenção no que falam os Vereadores que
ocupam esta tribuna. Gostaria que o Ver. Todeschini aqui estivesse, pelo o que
eu vou dizer agora, mas ele não está, e eu não posso deixar de dizê-lo porque
ele não está.
Ele referiu aqui, na semana que passou, a
excelência do Orçamento Participativo, que havia feito investimento, em
dezesseis anos, na ordem de dois bilhões de reais. Ele disse que, desses dois bilhões
de reais, seiscentos milhões foram aplicados em saneamento. Ele não é muito bom
em aritmética, ele disse que esses seiscentos milhões de reais representavam
mais de quarenta milhões anualmente, como também ele disse que duzentas mil
pessoas eram 1/6 do número de habitantes de Porto Alegre, e não o são, são 1/7,
mas tudo bem.
O que eu quero dizer em relação aos seiscentos
milhões é que o Vereador se vangloriou afirmando que o Orçamento Participativo
indicou as obras. Antes das Administrações nesses dezesseis anos, o DMAE
investia 35% a 40% do seu Orçamento em obras, e não tinha financiamento porque
o Planasa não permitia; então, nós investíamos 35% a 40%. Nos dois últimos
anos, 2003 e 2004, o Orçamento do DMAE somou 446 milhões de reais. Se eu aplicasse
35% em investimentos, eu teria 156 milhões de reais, que é um pouco mais de 1/4
dos seiscentos milhões que ele diz que fizeram em dezesseis anos. Portanto,
nesse mesmo dia, eu também disse que nós tínhamos que agir no sentido da paz e
não brigar com números do passado, porque eu tinha boa memória, eu tinha boa
informação, eu tinha dados que poderiam contestar qualquer número que eles aqui
trouxessem.
Nós aplicávamos, eu vou dizer de novo, de 35% a
40%, mas, se tivessem aplicado apenas 30% do Orçamento do DMAE, eles teriam,
nos dois últimos anos, realizado obras no valor de 134 milhões de reais. Mas
não as realizaram! Emprestaram dinheiro para a Prefeitura! Nós não tínhamos
taxa de pluvial, foi criada a taxa de pluvial e cobrada às vezes em locais que
nem pluvial havia; foi criada para que se fizessem as estações de tratamento.
Eles encontraram pontos nos três emissários da Zona Norte sem nenhum centavo de
financiamento, só com a aplicação dos recursos do DMAE. E nós não tínhamos
tarifa supercalculada, como está demonstrado. Podem emprestar dinheiro para a
Prefeitura... Eu nunca tinha visto isso! Ao contrário, em 1985 nós tivemos que
ajudar o DMAE, na Prefeitura, senão ele não chegaria ao fim do ano.
Eu gostaria de dizer que não adianta criticar o
passado, porque o passado de antes dos dezesseis anos é muito sólido, é muito
competente, é muito sério, é muito capaz. Então, vamos construir a Cidade daqui
para frente, sabendo que no passado aconteceram Administrações que solucionaram
problemas, que se dedicaram à solução dos problemas. Nós devemos fazer a mesma
coisa: vamos buscar solução e não acusação. E não vamos pensar que os atuais
detentores do comando das diferentes Secretarias e autarquias não sejam
competentes; não, eles são competentes, foram bem escolhidos. O quadro de
servidores da Prefeitura, se for utilizado convenientemente, é competente.
Acontece que, nos últimos dezesseis anos, a Secretaria da Fazenda era comandada
por Cargos em Comissão.
Onde está a memória da Secretaria? Onde está a
memória da Secretaria da Fazenda? Ninguém me respondeu como foram usados os 427
milhões de reais que entraram do SUS para Porto Alegre no ano de 2003, enquanto
que o balanço da Prefeitura registrou 251 milhões de reais apenas. Volto a
dizer: não estou denunciando, só quero saber como foram usados. Onde está essa
memória? Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais ouvintes, eu vim pronta para
falar sobre o Centro da cidade de Porto Alegre, mas não posso deixar de fazer
um comentário sobre o que escutei, aqui nesta tribuna, sobre a Secretaria da Juventude.
Ouvi do Ver. Haroldo de Souza comentários fortes e quero dizer para ele e para
vocês que, como mulher, mãe, cidadã e hoje Vereadora, passei os últimos anos
ouvindo que os jovens não confiam nos políticos, que são descrentes da
política. Então, por que não haver uma Secretaria da Juventude e darmos a eles
a oportunidade de nos ajudarem num trabalho tão difícil, eles que são os
primeiros a mostrar o seu descrédito para com a política?
Acho que a oposição deve ter muita responsabilidade
nas suas críticas. Vamos dar oportunidade ao novo Governo que se instala, que
não deve ter mais do que trinta dias, de acertar. E, dizendo isso, eu quero
registrar aqui para a Verª Maristela Maffei, que não se encontra no plenário,
que na semana retrasada, se não me falha a memória, numa visita em conjunto, o
Ver. Comassetto e eu procuramos o Secretário Beto Moesch, da SMAM, com a
intenção de levar a ele uma denúncia. Dois Partidos opostos procuraram o
Secretário em busca de beneficio ao meio ambiente, e ele prontamente colocou em
ação a SMAM quando interditou a área da Ponta Grossa que estava sofrendo danos
ambientais gravíssimos.
Quero dizer com isso que, neste momento, acho
importante nós aqui desta Casa termos consciência de que houve dezesseis anos
de um Governo e de que se instalou, há pouco mais de trinta dias, um novo e
outro Governo municipal. Cabe a nós, Vereadores, darmos chance e só fazermos,
realmente, críticas com muita responsabilidade. Eu me surpreendi muito neste
Plenário com a posição da Verª Maristela Maffei sobre o Orçamento
Participativo, que vai mudar de nome. E daí se vai mudar de nome? O que
interessa é que a população seja atendida! Não importa se vai ser OP ou PO.
Tenho andado pelas vilas de Porto Alegre e tenho visto horrores: falta de
saneamento básico, falta de creches comunitárias, foram 16 anos e nem por isso
o nome “OP” fez muita coisa.
Agora passo ao comentário que vim pronta para
fazer; aprendi com o meu pai, Pedro Américo Leal, que certas coisas a gente não
pode deixar passar por uma questão de justiça. Vindo de carro, eu ouvi, há
pouco, no rádio, um debate entre comunicadores que se mostravam um pouco
descrentes sobre a revitalização do Centro de Porto Alegre. Quero registrar
aqui que essa pouca fé é até compreensível, considerando que o Centro de Porto
Alegre vem sofrendo um crescente descaso há muitos anos. A degradação, a
desorganização, a insegurança e o aviltamento daquele local denunciam o descaso
dos Poderes Legislativo e Executivo. Ao longo de várias décadas, aquela área
não recebeu a importância que merece. Ao mesmo tempo, escutei também, com
felicidade, há poucos minutos, no rádio, que o Prefeito José Fogaça tem como
foco importante de sua gestão o Centro da Cidade. Que boa notícia essa! Sabemos
ser essa uma necessidade. Não é uma questão política ou só uma tarefa de um
Partido político, sabemos que os centros das maiores capitais do mundo como
Nova Iorque, Madri, Paris também tiveram problemas como o nosso. Mas reagiram,
foram em busca do centro! E nós temos que ajudar este Governo que se instala a
fazer, a despertar, no sentido de recuperar, de transformar o Centro num espaço
de convívio seguro e civilizado, que os porto-alegrenses tanto almejam.
Obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores inscritos. Visivelmente não
há quórum. Desejo aos Srs. Vereadores, às Sras Vereadoras e aos
demais funcionários da Casa que tenham um bom carnaval.
Convido os Srs. Vereadores e as Sras
Vereadoras para a próxima Reunião da Comissão Representativa que se dará na
próxima quinta-feira, sendo que na quarta-feira o expediente começará à tarde.
Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se a Reunião às 11h26min.)
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